Borboleta

Borboleta

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

SATSANG Ma Ananda Moyi Ano de 1978

Questões / Respostas - Parte1


SATSANG COM M  -  Sri Mâ Anandamayi 

em Nadiad, Índia – 1978 

(7 a 12 de novembro)


Esclarecimentos


Devido suas próprias imperfeições, temos de dar a conhecer as circunstâncias que levaram à elaboração desta Coletânea. Participantes no Samyam Mahavrata¹de Nadiad² em Novembro de 1978, nós temos, no local, assistido às sessões de questões/respostas (satsang) com Mâ Anandamayi, que se desenrolavam a cada noite nesta ocasião. Como o hindu e Bengali foram as únicas línguas utilizadas nestas sessões, temos gravadas em cassetes para fazermos a tradução.

E graças ao generoso apoio de dois amigos hindus poliglotas, esta tradução tem sido de fato efetuada no dia-a-dia. É útil precisar, contudo, que esta iniciativa tinha originalmente apenas um propósito imediato e privado. Apenas após o fato, sobre o incentivo de vários amigos franceses, que pensamos em datilografar as nossas notas manuscritas para beneficiar um maior número de leitores.

No entanto, ao fazê-lo, um escrúpulo habita em nós. Estamos de fato conscientes de não oferecer, nas páginas que se seguem, uma tradução fiel e confiável como desejável. Existem dois motivos para isso: primeiro, enquanto nós recolhíamos esta tradução da boca dos nossos amigos hindus, a nossa preocupação era mais ter um acesso "quente" aos ensinamentos de Mâ que de retransmiti-los, de modo que, em nossas notas, atribuímos mais de boa vontade a primazia ao espírito que à letra.

Nós pedimos, portanto, ao leitor para não perder de vista este fato e, bem, em nunca apegar-se demasiado à “palavra por palavra’ da nossa tradução. Em seguida, e isto pode ser ainda mais grave, a experiência mostra que os propósitos de Mâ são de uma sutileza incomum, ao ponto que eles embaraçam mesmo, bastante freqüentemente, o auditor Hindu atento, especialmente se este não está suficientemente familiarizado com a maneira como Mâ se exprime.

Não é, portanto, impossível que nossos tradutores, que por sua vez, encontraram Mâ pela primeira vez, puderam, aqui e ali, enganar-se sobre o sentido real de suas palavras e, certamente, contra esta eventualidade, se não é esta advertência, nós nada podemos fazer!

Dito isto, e apesar das suas reais imperfeições, estamos persuadidos de que as páginas que se seguem poderão aportar aos corações puros um pouco de Sabedoria da qual Mâ é o testemunho vivo, devem eles às vezes ler nas entre linhas! É em todo caso, nesta fé que temos trabalhado e é ela por si só que justifica nossa empresa.

OM - JAI Mâ.

Yann e Anne Marie Le Boucher

Cesson-Sévigné. Março de 1979


*O texto inicial foi revisto e ligeiramente melhorado à ocasião desta reedição numérica de Fevereiro de 2014. Obrigado às nossas três amigas, Domínica Gacem, Monique Henrard e Cécile Hulin por sua valiosa participação neste trabalho… 





*****

1* Semana anual de reforma espiritual presidida por Mâ Anandamayi
2* Cidade indiana do Gujarat onde se desenrolou o Samyam Mahavrata de Novembro de 1978, Mâ sendo a hóspede de uma comunidade espiritual local estabelecida nas proximidades imediata da tumba de Santaran, um santo célebre na região. 
*****

Nota Na Transparência do Ser:  Em humildade e simplicidade, aqueles a quem foi dado inspiração para divulgar estas anotações colhidas neste Evento, conseguiram alcançar a magnitude deste Satsang, mantendo a fidelidade da mensagem que a Luz Vibral tinha a passar para os participantes daquela época  e de todas as épocas em que fossem deitados os olhos dos buscadores (Sadhaka) do verdadeiro "caminho".  

Este Satsang onde Ma Ananda explica o porquê de sua realização naquela cidade, cidade de Nadiad, teve não somente as bençãos e irradiações da presença de Ma, mas também participou e participa através das palavras e da vibração contida nesta coletânea, nosso amado Bidi, Nisargadatta  Maharaj! 

Lembrando que foram mensagens passadas em 1978, onde poucos tinham condições de entender o que, hoje, ainda muito poucos ali têm um verdadeiro entendimento, sobre o SI e o Realizar o SI, o Absoluto.

Quanto a mim, posso testemunhar tudo o que vivi quando da tradução destes textos, que foram dias envoltos num eterno samadhi (existem 7 Estados), uma Paz a que nada podia me tirar ou mover desta plenitude e deste Amor! E olha que muita coisa aconteceu durante este processo rsrsrs

No final desta postagem deixarei o link onde Anael nos fala sobre as 7 Etapas do Samadhi. 

Boa leitura, boas vibrações e Grandes Samadhis!!

Célia M.





SATSANG  7 DE NOVEMBRO



Questão: Você pode, por favor, Mâ, me explicar como é preciso meditar?

Mâ: De acordo com o método que lhe foi ensinado pelo seu guru.


Questão: Há muitos gurus. Eles ensinam métodos de meditação diferentes; mas aqui diante de você, nós somos seus alunos. Explique-nos como meditar; qual é o seu método específico? Você já disse para várias pessoas que a maneira delas de meditar não estava correta, porque elas movimentavam a cabeça e não mantinham uma calma mental. Então, qual é o método ideal?

Mâ: Tocando um instrumento de música obtém-se certo som. As pessoas têm capacidades diferentes de ouvir o som, mas o som permanece o mesmo. Da mesma maneira, o SI (âtman) é Um como o som de um instrumento, mas a capacidade de realizá-lo é diferente de acordo com os indivíduos. No que me diz respeito, ensino como fui ensinada por meu guru; e meu guru é o SI onipresente; ora, este guru ensina de maneira direta…

Quando vocês encontram um guru, vocês devem imaginar que ele é o SI, e que tomou esta forma para ensiná-los.

Comentário de Swâmi Svatantrânanda³: Mas o questionador solicitava como fazer para sentir a onipresença de Deus. A vossa resposta seria, portanto: “A meditação, é estar sem objeto, ter um mental vazio de objeto (nota: em sentido lato, objeto é o "fim do ato", da faculdade ou atitude psíquica - seja atitude duradoura, seja ato por hábito, seja da ciência). O mental que cessou de objetivar qualquer coisa, é essa a meditação pura”.

Mâ: Este swâmi interpretou minhas palavras no seu próprio sentido… (risos do auditório)

 

Questão: Suponha que eu siga um guru. Se depois de um tempo eu perder a fé nele, o que devo fazer? Devo continuar a seguir o seu ensinamento?

Mâ: Se você segue um guru um dia e outro no dia seguinte, isso não conduzirá a parte alguma. Mas você realmente perdeu a fé no princípio mesmo do guru? Que resta se você perdeu esta fé?

Interlocutor: Às vezes, é inevitável.




: O que eu quis dizer, é que o guru é o SI onipresente. Como é possível perder a fé em tal guru? 


*****
3* É preciso saber que Mâ era rodeada sobre o palco de um impressionante “grupo” de swâmis e que ela tinha no coração de valorizar o mais titulado dentre eles permitindo-lhes o lazer de completar as suas respostas, em particular sobre tudo o que abrange a erudição (aprendizado). Mas ela não foi enganada da pretensão apresentada por alguns swâmis e não hesitou rir gentilmente deles, como visto aqui…

*****





Questão: Deixemos de lado o problema do guru e retornemos ao problema da meditação.

Mâ: Sim. De acordo com a interpretação do swâmi, quando ele aceita que o guru é o SI, então ele deve permanecer sem objeto. É isso a meditação. Mas há aqui tantas pessoas diferentes, com impressões diferentes (vasanas), com tendências latentes diferentes (samskaras), tradições e psiquismos diferentes! Como seria possível ensinar um método de meditação conveniente indiferentemente a todos?

Swâmi Svatantrânanda: Mâ, se você não ensinar essas pessoas, elas irão escolher outro lugar para ir! (risos do auditório)

Mâ: Continue o método ao qual está habituada… A maneira como Svatantrânanda Baba explicou a meditação é muito justa. Cada um deve esforçar-se de estar sem objeto (outra tradução possível: de cessar a identificação com qualquer objeto).



Questão: Você faz apenas subtrair-se à pergunta!

Mâ: Bem! Eu vou então explicar o que é a meditação…

 

*Aqui, outro interlocutor corta a palavra à Mâ e o Satsang muda o tema4 


*****
4* O satsang da noite foi um momento muito vivo, quase familiar, que contrastava fortemente com o resto do dia muito silencioso e meditativo. Nós estávamos nós mesmos, um pouco surpresos com a relativa desordem aparente que havia na tomada da palavra dos diferentes intervenientes, o que demonstra, entre outros esta ruptura inesperada no decurso do diálogo… 
*****





Questão: Há tantas pessoas, frente a você, pessoas ricas, pobres, etc. Por que eles vêm aqui? Por que eles não estão felizes com o que eles são?

Mâ: A verdadeira felicidade não é algo que se adquire e que se possui e quem a possuísse se satisfaria. A felicidade adquirida é uma felicidade da qual se é prisioneiro. Você deve ir além da prisão desta felicidade.


Questão: Quanto tempo nós devemos assim "viajar" rumo a esta perfeição?

Mâ: Até que você tenha alcançado a meta, você deve continuar a avançar. Eu lhes digo a Verdade. Enquanto esta meta transcendente não for atingida, você está necessariamente sujeito à felicidade adquirida, portanto, à infelicidade.

 


Questão: “A meditação” sobre os objetos exteriores, sobre os objetos comuns de apego, é fácil para mim. Mas experimento muita dificuldade em meditar sobre Deus. No entanto, você diz que Deus é Amor e que se pode, portanto, facilmente sentir amor por ele. Somente se o meu amor para Deus crescer que eu poderei realmente meditar sobre ele. Como então eu posso fazer para aumentar o meu amor por Deus?

Mâ: Você deve procurar a companhia dos sábios (satsangha). Por exemplo, aqui, nós estamos em período de controle e de ascese. Muitos entre vocês tomaram mesmo pontualmente os votos5... Se você seguir esta disciplina corretamente, você aumentará o seu poder (shakti) em função da intensidade de suas práticas (tapas). Aquele que vive em companhia de sábios, que escuta a leitura das Escritas Santas e os comentários inspirados e que desenvolve uma atitude fraternal para com outro, este entra certamente no bom caminho.



Questão: Quando se entra em uma confeitaria, se tem um grande número de doces tentadores e se é tentado a solicitar amostras antes de fazer sua escolha. Mâ dê-nos amostras de confeitarias espirituais, antes que nós nos engajemos ainda mais no caminho! 

 
Mâ: Para alcançar ou obter a luz do SI, você deve viver em companhia dos sábios, ler bons livros espirituais e ter um comportamento justo (Dharma). Estes três elementos o conduzirão à luz do SI. É um belo caminho para alcançar o SI.



*****
5* Os participantes nesta semana do retiro foram convidados a “tomar os votos” destinados a aumentar o seu envolvimento na ascese, votos concernentes entre outros, a alimentos, o sono, a ausência da palavra e a higiene corporal.
*****


Questão: De acordo com um verso bengali: “Se praticando os bajans (cantos religiosos), se abandona todos os apegos, estes podem conduzir ao êxtase divino”. Pela graça de Mâ, podemos, nós também, obter este estado durante os bajans que cantamos aqui?

Mâ: A completa rendição, a entrega total e a intensa devoção a Deus, só isso é suficiente para conduzir a este estado.



Questão: Nossa mente está sempre cheia de agitação. Qual é o método mais simples e melhor para controlá-la para que ela se torne calma e tranqüila?

Mâ: Cada um tem o seu próprio guru, e para controlar a sua mente, o melhor método é a que lhes ensinou seu guru.



Questão: Alguns dizem: “É preciso servir os pobres e os necessitados com devoção para obter a liberação.” Aí está o que eu ouvi dos meus velhos. Mas, eu tenho também ouvido mahâtmas6 dizer que era preciso praticar uma ascese (sadhana) para obter a Liberação. Destes dois caminhos, qual é o melhor? Qual deles você me recomendaria?

Mâ:
Qual deles você prefere? É a sua inclinação que deverá determinar sua escolha. Mas, dado que você me colocou a questão, siga então os dois métodos!  


Outro interlocutor: Supondo que alguém não esteja em condições de seguir nenhum destes dois métodos, o que você recomendaria em terceiro lugar?

Mâ: Dado que a primeira pessoa que me colocou esta questão falou destes dois caminhos, isso significa que pode pelo menos seguir um deles. Isto dito, a propósito do primeiro caminho, recorde-se que, até que se tenha realizado o SI, se é sempre pobre e necessitado… 



*****
6* A palavra mahâtma significa literalmente “grande alma” e se aplica na prática aos instrutores espirituais ou aos chefes religiosos de envergadura.
*****


SATSANG DE 8 NOVEMBRO



Questão: É dito nas Escrituras que Deus (Paramâtma) e o SI (âtma) são idênticos. Também é dito que o SI reside no corpo, no interior do coração e que o seu tamanho é o de uma polegada. Como conciliar estas duas afirmações: por um lado que o âtman seja Deus e do outro lado que o âtman seja localizado no coração e tem o tamanho de uma polegada, enquanto que é também dito nas Escritas que o SI não é uma substância?

Mâ: Baba Prakashânanda, por favor, explique como isso é conciliável…

Outro interlocutor: Não há conciliação nas Escrituras mesmo.

Mâ: Não, não, deve haver uma conciliação nas Escrituras. Encontre-a!

Outro interlocutor: De acordo, Mâ, eu admito que possa haver reconciliação… Mas eu tenho outra pergunta: durante esta semana de retiro, tomamos uma alimentação leve e pura (sattvique). Qual é a relação entre o alimento e o controle do mental? Qual é a influência do alimento sobre a vida espiritual?

Mâ: O mental adquire por osmose as qualidades do alimento que se absorve... Esta segunda pergunta está resolvida. Por favor, Baba, responde à primeira.

Swâmi Prakashânanda: como me solicita Mâ, eu vou responder à primeira pergunta. O SI não é uma substância. Nas nossas Escrituras, o termo “substância" é assim definido: “O que contém as qualidades e as ações. Mas o SI não faz a ação (eles chamam de nishkriya: cuja natureza é sempre livre de qualquer ação), porque ele é onipresente por natureza. Ele não pode, portanto, mudar de lugar, ou seja, agir. Ele não é, portanto, uma substância.

O SI é onipresente e é o Testemunho e a Consciência que ilumina a dualidade: por natureza, ele é Absoluto, não dual, sempre livre de qualquer qualidade e qualquer ação, pacífico. É por isso que não é uma substância. Isto estabelecido é necessário compreender por que o seu tamanho é, com efeito, indicado pelas Escrituras. Geralmente há três tipos de medida:

- O que é onipresente (como o espaço)
- O que é médio (como um objeto)
- O que extremamente pequeno (atômico)

O SI é descrito como onipresente e também como o tamanho uma polegada. Por que esta contradição?


Mâ, desculpe se a minha resposta está incorreta, mas eis o que posso dizer: no Brahma-Sutras7 é afirmado que se deve atribuir fé aos ensinamentos dos Védas8 segundo o qual o espaço interno do coração é o lugar de residência da alma, este espaço que tem aproximadamente a dimensão da polegada.

As Escrituras dizem também que a alma (purusha) que reside neste espaço tem, de fato, o mesmo tamanho, ou seja, aproximadamente uma polegada. Mas esta afirmação não pode concernir às pequenas criaturas, como por exemplo, os insetos, dado que tais animais têm o mais frequentemente possível, dimensões bem inferiores àquela da polegada. É necessário, por conseguinte, compreender que esta afirmação das Escrituras vale apenas para o Homem. E isso se explica porque o Homem é a única criatura capaz de realizar o SI, é normal que as Escritas sejam centradas sobre seu caso.

Isto observado é preciso saber que, sempre, segundo as Escrituras, por um lado, o espaço interno do coração é o domínio do corpo sutil do Homme9 (linga sharira) e, por outro lado, é dito que este corpo sutil circunscreve o SI. É por isso que, em referência ao tamanho do envelope que o contém, é dito que o SI ele mesmo é da grandeza da polegada. De uma maneira análoga, fala-se de bom grado do espaço de um vaso ou do espaço de uma casa, embora, por natureza, o espaço seja onipresente e que nem o vaso, nem a casa não o delimita realmente.

É assim que ultimamente, os Upanishads10 descrevem o SI como “o que não é nem grande, nem médio, nem minúsculo, sem forma, sem sombra, sem cor, sem qualidade e espacial". Portanto o SI, na sua verdadeira natureza, não tem tamanho. Mas, devido ao seu lugar particular de residência no corpo sutil, se lhe atribui a grandeza da polegada. É desta maneira que se pode reconciliar as duas proposições contraditórias das Escrituras. Mas solicito à Mâ que confirme a minha interpretação.

Mâ: Sim Baba, é justo. 



*****
7*Texto básico do Advaïta Vedânta que evidencia o sentido profundo dos ensinos upanishadiques discutindo suas diversas interpretações possíveis e refutando as interpretações errôneas. 
8* Conjunto dos textos revelados do Hinduismo nos quais se encontram entre outros os Upanishads. 
9* Isto porque o mental é o elemento principal do corpo sutil e que o espaço interno do coração é o lugar de repouso natural do mental, o lugar onde, durante o sono profundo, ele imerge-se (comentário do tradutor indiano). 10* Curtos tratados metafísicos situados no final dos Védas e contendo os seus mais altos ensinamentos. 

*****



Questão: Qual é a prova da existência do SI?

Swâmi Prakashânanda: O SI não necessita de prova, ele está auto-estabelecido e auto-evidente. Não há mais nada que possa fazer evidente ou provar o SI. É o SI que estabelece e prova todas as coisas.



Questão: Então se deve compreender que o SI existe por si mesmo?

Swâmi Prakashânanda: Sim, deve compreendê-lo assim. Para conhecer a existência das outras coisas, a Luz (ou a evidência) do SI é necessária. Mas, não há outra luz que preexiste ao SI para torná-lo evidente. Que pensa Mâ de minha resposta?

Mâ: Baba como uma citação Shastras (Escrituras) poderia ser falsa?

Swâmi Prakashânanda: A minha pergunta foi: “Eu interpretei bem o Shastras?”

Mâ: Baba, quem é, portanto, o que vê?

Swâmi Prakashânanda: O SI ele mesmo.

Mâ: Não há outros universos perante você, Baba, mas apenas vendo. Que é aquele que vê?

Swâmi Prakashânanda: É o SI que vê o SI.

Mâ: Quando este Testemunho está aqui, o universo aparece diante dele e as ações parecem ter lugar. O fato de agir é inscrito no tornar-se (outra tradução: para tornar-se alguma coisa, deve-se agir).

 

*Mâ conta aqui longamente uma história pessoal para ilustrar a idéia do SI, testemunho das ações; mas, infelizmente, é dificilmente audível sobre a gravação e o que se segue é apenas um resumo aproximativo dos seus propósitos.

“Uma vez, este corpo estava estendido sobre o solo. Eu o via como qualquer coisa exterior a mim, com sua forma e sua cor e, partindo desta experiência, eu realizei que a luz do SI era onipresente (swayam prakash). Na luz desse SI auto-evidente, todas as ações do mundo, simples ou grandiosas, eram vistas.

Quando se vê assim o universo na luz do SI, não há mais universo. (outra tradução: não há nada mais que o SI) (risos do auditório)…

E alguém disse: “Mâ, não somos capazes de compreender as suas palavras!”

Mâ: Eu não disse isto intencionalmente, veio espontaneamente.

Swâmi Svatantrânanda: Eis aí a experiência interior de Mataji ( “mãezinha” em bengali) e ela testemunha assim espontaneamente. Mas, na experiência interior de Mâ, não é o fato de ver todas as ações iluminadas pelo SI que é a coisa mais importante. 


Sua intenção não é a de explicar as ações, mas de nos fazer reconhecer a verdadeira natureza do SI pela auto-evidência por si mesmo. Segundo as Escrituras, a palavra swayam prakash significa "o que não depende de outra coisa”.
 

Esta experiência nada mais é que uma ilustração do que representa o estabelecimento no SI. O que é importante não é conjunto dos fenômenos descritos, mas o SI realizado. 
O SI não é objetivável; porém, a linguagem pode ajudar a aproximar-se. 

E isso porque é dito no Bagavad Gîta11 que o SI é cognoscível. Nós concordamos aqui que o SI pode ser apreendido conceitualmente. Somente esta aproximação conceitual do SI não é feita para objetivar, mas somente para remover os véus que recobrem. 

E por isso se diz que na verdade o SI é não objetivável. Aí está o que os discípulos têm que compreender através do que Mataji expressou e isso é de um grande valor para eles.
Eles têm que se lembrar que seu objetivo é de alcançar o SI.






 

Questão: Porque devemos recolher o resultado das ações presentes em um outro corpo e em outra vida?

Mâ: Porque você tomou este corpo? A razão pela qual você tomou este corpo é a mesma que o forçará a tomar outro corpo.

Swâmi Prakashânanda: Você deve compreender que, é a mesma causa que os fez tomar este corpo que os fará retomar outro. As ações realizadas com os corpos grosseiro e sutil podem ser classificadas em três tipos:

- Sanchita: As ações passadas acumuladas. 

- Prarabda: As ações presentes que resultam das primeiras. 
- Agama: Os atos futuros que resultarão das ações presentes.

Segundo esta classificação, cada um deve renascer em função de seus atos passados. Aí está o que Mataji quis dizer.

Mâ: Para escapar a esta roda do karma12, vocês devem procurar a companhia dos sábios (satsangha) e desenvolver a vossa convicção a propósito da vossa verdadeira natureza, dos quais falamos aqui. Esta determinação os conduzirá ao SI, para além da roda do karma. Além disso, obviamente, as asceses que praticamos aqui como o jejum, a libação (beber) de água consagrada, a meditação, etc., têm também por objetivo ajudá-los nesta procura.



Questão: Um homem que é chefe de família (grihastha) poderá atingir a liberação cantando o nome de Deus (Ishwara)?

Mâ: Deus está em todos os homens. Por conseguinte, os chefes de família podem alcançá-lo também, bem como os que não o são.

Swâmi Prakashânanda: É muito difícil quando mesmo para um chefe de família (em comparação à situação de um monge, mais favorável à realização espiritual). 




*****
11* Texto célebre procedente da epopéia do Mahabharata que apresenta sob uma forma mais acessível os ensinos do Upanishads. 
12* Karma: o ato e as suas conseqüências, as relações de causa e efeito.
*****



Mâ: Baba, se os seus pais não tivessem assumido cargo de uma família, você não teria nascido! Os rishis (videntes védicos) tinham mulheres e crianças, não é?

O Senhor está por toda a parte, em tudo. Do ponto de vista de Deus, não há diferença entre os chefes de família e os outros; e “ashrama13” não significa apenas os quatro estágios da vida. Isso significa também não-fadigados (a-shrama14).

Quando um chefe de família faz seu dever e se abandona ao Senhor através da prática do canto do seu nome, onde está para ele a fadiga? …

Deus é Um em todos. Na vida cotidiana, parece que ha vários membros no seio de uma família. Mas, com efeito, toda a família é una. Do mesmo modo, aos olhos de Deus, todos pertencem à sua família se cantam o seu Nome. Deus é onipresente. Há nada mais além de Deus. A luz de Deus estava aí no passado, está aí no presente e continuará a ser no futuro.

Não há nada mais que o Supremo SI (Paramâtma). Para obter a Liberação, está aí a iniciação básica e cada um entre vocês deveria tentar impregnar-se.

Swâmi Prakashânanda: As asceses (sadhana) tradicionais os levarão a compreender.

Mâ: Está exato, Baba.



Questão: Se pecamos durante esta vida com este corpo, porque devemos sofrer com as conseqüências dos nossos atos presentes numa outra vida, com um outro corpo? Vocês não deram uma resposta satisfatória a esta pergunta, eis porque que eu volto a isso. Se eu cometo um assassinato nesta vida, a justiça me pune nesta vida. Porque deveria então sofrer novamente numa outra vida?

Mâ: Svatantra Baba, por favor, responda! (risos do auditório)

As impressões latentes (samskaras) das ações efetuadas numa vida se conservam de vida em vida. É por isso que devemos sofrer nas vidas futuras das impressões fortes que os nossos atos presentes tinham gravado em nós.

 

Questão: Quando a criação começou? E como o primeiro homem apareceu sobre Terra?

Mâ: Antes da criação, Deus estava só. Para o seu divertimento (lîla), ele concebeu o mundo; e foi assim que o mundo foi manifestado. 


Sem concepção prévia, não é possível fazer qualquer coisa que seja. Por exemplo, antes de construir uma máquina, o homem deve pensar isso. Quando se vê uma máquina conclui-se a existência do inventor da máquina. A mesma coisa pode ser dita para este universo que é uma criação do seu criador: Deus…

Mas estas ideias de criação e de inventor não são de um grande valor em si. Através destes dois termos, vocês devem reconhecer o princípio não dual que é a vossa Verdadeira Natureza: como eu já tenho dito, não há outra coisa que o SI. As ideias de criação e de criador são apenas meios para realizar esta Verdade Última. 




*****
13* Ashrama: palavra que designa as quatro fases da vida de um hindu ortodoxo (estudante, chefe de família, aposentado leigo, e monge que renuncia). 
14* Jogo de palavras feito por Mâ sobre o termo de ashrama…
*****


Questão: Como Deus teve a idéia da criação e porque criou o mal, o sofrimento, e tudo o que nós vemos similar?

Swâmi Prakashânanda: Se vocês continuam a argumentar neste sentido, você vai rapidamente se decepcionar porque Mâ vai acabar por apoiá-los que não há criação de nada! …

(risos do auditório)

Mâ: O pensamento: a criação, a criação e o criador, tudo isso é o SI, tudo é Deus. Nada mais existe que Deus, que o SI. Até que tenham realizado isso, o pensamento e a imaginação são ativos e as perguntas surgem sem fim. Mas quando você compreende que só o SI é, então todas as perguntas se resolvem de um golpe. É para ajudá-los a realizar o SI que a idéia de criador é utilizada e não para explicar a existência da criação. Vocês devem, portanto, tratar de alcançar a natureza do SI em vez discutir a idéia da criação.


 

Questão: Se tudo foi criado por Deus e que não existe nada mais que Deus, façamos o que façamos, é a vontade de Deus. Assim, se mato um homem, isso não vai contra a vontade de Deus. Como isso seria possível? Não há, pelo contrário, certas situações onde vamos explicitamente contra a vontade divina?

Mâ: Porque você me pergunta isso? Se sua posição fosse justa, você não me faria esta pergunta, você ficaria silencioso. Se você coloca a questão, é que sabe que a sua posição é falsa. Você deve descobrir a verdade além desta aparente contradição.

Você não é, ao mesmo tempo e, de acordo com as circunstâncias, um pai, um filho, um marido…

É você, no entanto três pessoas diferentes? Da mesma maneira, Deus é aquele que faz, aquele que te faz fazer, e aquele que desfruta do que foi feito. É a ignorância que te fez colocar esta questão. Quando a ignorância é destruída pelo conhecimento, não há mais espaço para qualquer dúvida… Ainda assim, quando você estiver solteiro, você será um.

Quando você é casado, você se torna dois. Quando tiver filhos, você se torna três, quatro, cinco, etc. Mas, quando a véu desta ignorância é removido, então você realiza que esta multiplicidade aparente integra-se na unidade da família que você mesmo criou.

É para destruir a ignorância, obter o Conhecimento e estabelecer-se no SI que são praticados aqui os sadhanas (asceses) que você sabe. Estes sadhanas não são feitos para obter um novo SI, mas para dissipar o véu que cobre a sua Verdadeira Natureza, presente de toda a Eternidade.
 



Questão: Se tudo foi criado por Deus e que não existe nada mais que Deus, façamos o que façamos, é a vontade de Deus. Assim, se mato um homem, isso não vai contra a vontade de Deus. Como isso seria possível? Não há, pelo contrário, certas situações onde vamos explicitamente contra a vontade divina?


Mâ: Porque você me pergunta isso? Se sua posição fosse justa, você não me faria esta pergunta, você ficaria silencioso. Se você coloca a questão, é que sabe que a sua posição é falsa. Você deve descobrir a verdade além desta aparente contradição.

Você não é, ao mesmo tempo e, de acordo com as circunstâncias, um pai, um filho, um marido…

É você, no entanto três pessoas diferentes? Da mesma maneira, Deus é aquele que faz, aquele que te faz fazer, e aquele que desfruta do que foi feito. É a ignorância que te fez colocar esta questão. Quando a ignorância é destruída pelo conhecimento, não há mais espaço para qualquer dúvida… Ainda assim, quando você estiver solteiro, você será um.

Quando você é casado, você se torna dois. Quando tiver filhos, você se torna três, quatro, cinco, etc. Mas, quando a véu desta ignorância é removido, então você realiza que esta multiplicidade aparente integra-se na unidade da família que você mesmo criou.

É para destruir a ignorância, obter o Conhecimento e estabelecer-se no SI que são praticados aqui os sadhanas (asceses) que você sabe. Estes sadhanas não são feitos para obter um novo SI, mas para dissipar o véu que cobre a sua Verdadeira Natureza, presente de toda a Eternidade.






SATSANG DE 9 NOVEMBRO



Questão: Há um irmão estrangeiro que faz em inglês a pergunta seguinte à Mataji: Mâ, será que você dorme, será que em seu sono, você sonha como nós o fazemos?

Mâ: Quando estive em Rishikesh, havia um ashram
15 onde vivia um grande mahâtma. Eu residi então em uma cabana situada ao lado de um templo de Shiva e, deste lugar, eu ia muito frequentemente ver este mahâtma. Uma vez, no inverno, enquanto que fazia muito frio, ele enviou um dos seus discípulos para encontrar-me com a ordem de fazer-me uma pergunta, mas apenas em privado. Este discípulo veio a mim e diz-me: “Mâ, quero fazer uma pergunta, mas, de acordo com as instruções do meu guru, eu não posso perguntar... apenas em privado…”

E questionou-me assim: “Mataji, quando você dorme e, neste sono, você chega a sonhar? E se sonha o que você vê nos seus sonhos?” É a mesma pergunta que é feita hoje.

Swâmi Prakashânanda: É uma pergunta que tinha sido colocada há muito, muito tempo…

Mâ: Sim, há muito, muito tempo, e a resposta que tinha sido dada então é idêntica à que vou dar hoje. Àquele que vem o sono, o sonho vem também; ou ainda, aquele que dorme, este sonha também.

Mas o estado de vigília é também uma forma de sonho. A pergunta que acaba de ser colocada bem como a minha resposta presente, tudo isso faz parte do sonho que é o presente estado de vigília (jagratsvapna). O que fazemos aqui, colocar questões e respostas, tudo isso é também um sonho. É necessário seguir à minha primeira proposta: é apenas aquele que dorme que sonha. Tudo isso concerne unicamente ao corpo.

Aí está a resposta que eu tinha dado à este discípulo naqueles dias passados. Outro dia, este mahâtma que se chamava Purnânanda Baba fez-me vir a seu ashram e me repôs a pergunta. Falamos muito tempo e perguntou-me outra vez: “Mâ, se você tem sonhos, você dorme?” E eu respondi: “Este estado de vigília é um sonho tanto quanto o é o mundo mental (mano rajya) que nossa imaginação produz. Mas para aquele que é consciente do seu próprio SI, não há sonho, nem sono.

O sonho e o sono não existem, porque continua no estado de vigília verdadeiro.





*****
15* Ashram: comunidade espiritual reunida ao redor de um mestre.  
* O que é um Ashram? http://somostodosum.ig.com.br/ja/detalhes.asp?acao=artigos&vid=1020044,3&id=27355


*****



Swâmi Prakashânanda: A linguagem de Mâ é a linguagem do samadhi16. O sonho vem com o sono, e este deve ser leve para que o sonho se produza. É a descida do mental na garganta pelo canal sutil (nadi) adequado, que está a origem do fenômeno dos sonhos. Mas para aquele que está na consciência eterna do SI, não há nem sonho, nem sono, nem este estado que nós nomeamos, nós, estado de vigília.

O que Mâ descreve, é o estado eterno da consciência do SI. Deste ponto de vista único é dito que o sono profundo é idêntico ao samadhi. Aquele que alcançou este samadhi é chamado siddha (perfeito). Para ele, não há mais sono, portanto, onde e quando poderia haver estado de sonho?

Assim, quando Mâ parece estar no estado de vigília, no estado de sonho, no estado de sono ou em samadhi, em realidade ela está sempre no verdadeiro estado de Vigília. Do seu ponto de vista não há nem estado de vigília, nem estado de sono profundo, nem estado de sonho, nem samadhi. É o ponto de vista do Realizado. 


Este ensinamento (upadesh) é muito importante para os discípulos e esta questão é excelente. Para aquele que é consciente da sua Verdadeira Natureza, não há mais sono porque ele sempre está no estado de verdadeiro despertar. 

Há, na Índia, tais grandes Realizados que alcançaram esta Consciência. Se estes seres realizados não estivessem presentes na Índia, a Índia não seria tão popular por sua espiritualidade. Mâ não dorme nem sonha, mas está sempre no estado de verdadeiro despertar, e há muitos outros seres como Mâ na Índia.

 


Questão: Se nossos pais são opostos à nossa busca espiritual e se não têm respeito por nosso guru, o que devemos fazer? Alguns dizem: “É necessário obedecer ao guru”. Qual é então a atitude justa?

Mâ: Aquele que quer viver com a sua família deve obedecer a seus pais. E, ao mesmo tempo, devem seguir as instruções espirituais do vosso guru. Mas para os que tomaram o sanyasa17 e que se tornaram livres das limitações sociais como o fizeram todos os religiosos que estão aqui, esses não têm mais que obedecer a seus pais. Tenho razão, Baba?

Swâmi Prakashânanda: A resposta de Mâ é como um aforismo (sutra). Um sutra contem poucas palavras, mas com um significado muito profundo; e vou explicá-lo. Aquele que, pela sua condição, é ligado à vida familiar, deve obedecer a seus parentes tanto quanto ao seu guru. 



*****
16* samadhi : estado superior de consciência. No contexto, a palavra é tomada como equivalente de Despertar ou de Iluminação. 
17* Ou seja, que se tornaram monges que renunciaram.  
*****


Isto dito, obedecendo às diretivas de seu guru, garante de fato o bem-estar dos seus parentes… Mas, para aquele que tomou o sanyasa, como os mahâtmas aqui presentes, seu único dever é obedecer ao guru. Estes são os dois caminhos. O primeiro é aquele de Rama, o segundo é o de Hanuman. O caminho de Rama é terrestre (Rama marcha sobre a terra), o de Hanuman é celeste (ele voa nos ares). Esta referência à epopéia do Ramayana ilustra o fato de que aquele que vive em família deve, consequentemente, seguir uma via mais prosaica e servir-se do Karma Yoga18 e a meditação como duas bóias que o impedem de naufragar atravessando o oceano da vida. A via daqueles que renunciaram ao mundo, pelo contrário, é mais rápida porque são livres dos constrangimentos sociais. Cada um deve seguir a via que convém às suas possibilidades e a sua condição.

 


Questão: Aceitamos uma pessoa como guru. Mas como podemos saber se ela mesma aceitou-nos como discípulo?

Mâ: Se você duvida do seu guru, é que você não o aceitou completamente.

Swâmi Prakashânanda:
Se há dúvida, é que o seu mental está em estado de debilidade. A falta repousa sobre você, não sobre o guru. E a dúvida é ela mesma, muito maléfica nesta matéria. Vocês devem ter fé em seu guru, fora de qualquer dúvida.



 

Questão: Se o guru não esta mais sobre esta terra ou se está demasiado distante para que se possa encontrá-lo fisicamente, como fazer?

Mâ: Você deve observar os seus ensinamentos (upadesh).

Swâmi Prakashânanda: O guru é realmente aquele que o tempo não pode atingir e o que está para além do tempo. Para compreendê-lo, recordem que o ensinamento de um verdadeiro mestre baseia-se sempre nos Védas. Ora, os Védas não são de origem humana, eles são eternos. E o ensino que eles contêm é imperecível. O guru está para além do tempo, porque o guru é antes de mais nada os Védas, é antes de mais nada os Mahavakyas19. E o verdadeiro Mestre não faz outra coisa que ensinar os segredos do Mahavakyas. É este tipo de mestre que os discípulos devem seguir. Então eles não conhecerão o fracasso. 




 *****
18* Karma-Yogas: yoga da ação justa e desinteressada.
19* Mahavakya: literalmente "grande palavra". Designa as afirmações metafísicas mais fortes que contêm os Upanishads. 
20* Mantra: Curta fórmula Sânscrita que está entre outros para a oração jaculatória ou japa.
*****


Questão: Como o mantra
20 que recebemos de nosso guru pode nos proteger?

Mâ:
A palavra mantra significa “o que protege o discípulo que o contempla todo o tempo".

Swâmi Prakashânanda: Aquele que pratica o mantra com esta compreensão é protegido dos malogros. O mantra reside secretamente nele, em sua garganta e em seu coração, que ele seja desperto, que ele durma ou que ele sonhe. E quaisquer que sejam as dificuldades ou as tribulações que ele encontre, o mantra o acompanha e protege. Vocês devem praticar seus mantras tendo esta fé.

Mâ: Compreendam que o guru reside sempre com o discípulo. Onde está o discípulo, lá se encontra o guru.

Swâmi Prakashânanda: Mataji diz que quando há discípulo, há guru. Ela mostra por aí a unidade que há entre o discípulo e seu mestre. Isto porque o verdadeiro guru é o Ser Supremo. E que é ele que aparece sob forma do guru humano. Portanto, todos os discípulos devem considerar que Mâ é a encarnação do SI e praticar a sua ascese (sadhana) com esta fé.



Questão: No Guru-Gîtâ
21, é dito que o mestre concede ao mesmo tempo a prosperidade ou gozo no mundo e a liberação espiritual. Mas estas duas coisas são contraditórias. Como devemos, portanto compreender esta afirmação?

Mâ: O maior gozo é a Liberação!

Swâmi Prakashânanda: Mâ quer dizer que o gozo é de dois tipos. Um é destrutível e perecível, o outro é eterno. Todos os gozos mundanos são destrutíveis. O guru não lhe dá os gozos desta categoria, mas o gozo eterno que é a Emancipação. Quando se aceita esta explicação, não há contradição no Guru-Gitâ.

 


Questão: Gostaríamos que Mâ cantasse este bajan ela mesma.



(O satsang termina por "Jaï Bhagavan", um canto à glória de Deus, o Guru Supremo, conduzido por Mâ e repetido pelo auditório.)


*****
21* Guru-Gîtâ: Canto ao guru, texto clássico à glória do mestre espiritual.

*****





Questões e Respostas - Ma Ananda Moyi - Na Cidade de Nadiad - 1978 (Parte 1)
(Avançar o vídeo para o 8:31mn - Ma Ananda canta "Satyam Jnanam" 
acompanhada da auditório)





Ma Ananda Moyi - Cantando Jai Bhagavan
"Um canto à glória de Deus, o Guru Supremo"



*****

SATSANG Ma Ananda Moyi Ano de 1978

Questões / Respostas - Parte 2 (LINK)



*****

As 7 Etapas do Samadhi - Arcanjo Anael 
(Autresdimensions)

http://www.portaldosanjos.net/2015/02/as-sete-etapas-de-samadhi-arcanjo-anael.html



*****

http://www.anandamayi.org/ashram/french/nadiadsatsang.pdf

Traduzido do Hindu e Bengali : D. Kulkarani e Sri Sri Gangoli .

Recolhidas, traduzidas para o francês e apresentadas por Yann e Anne -Marie Le Boucher

Contato: y.leboucher@netcourrier.com


*****

Tradução e Edição Célia M.

Colaboração ´Patricia Santos

http://natransparenciadoser.blogspot.com.br/


Fotos Ma Ananda Moyi:













Nenhum comentário:

Postar um comentário